SONETO
Fagner Roberto Sitta da Silva
Alta escada dos lépidos cantares
transpõe o céu imenso, o breu profundo,
da grande noite e, presto, num segundo,
logo ressurge noutros patamares.
Ora leva-me para o sono fundo,
mas se nestes degraus que pelos ares
seguem cortando em busca de lugares
me deparar com meu antigo mundo?
Ah, segue a noite toda iluminada
fazendo deste sonho um sonho eleito,
cheio de uma beleza adivinhada,
pois repintei o mundo sem defeito
numa esfera maior, toda sonhada:
céu de anseios contido no meu peito!
Garça (SP), 4 de setembro de 2011.