AUSÊNCIAS
 
Quando fogem-me os versos e o amor
Quando faltam-me as rimas e os beijos
Quando falta-me o lírico fulgor
Das poesias, paixões e dos desejos
 
Sou uma réstia de luz num quarto escuro
Um fio de alma, um vulto abandonado
Sou uma sombra projetada a um velho muro
Um estertor de vida agoniada.
 
Enquanto ouço da morte a melodia
Sigo parado e surdo e em afonia
Dependurado numa fina rama
 
A respirar enquanto aguardo o nada
Usando a última lágrima entornada
Para apagar a derradeira chama!
 
Oldney Lopes©