VOA N'ALVORADA
VOA N’ALVORADA
Coração está preso em cavilhas,
Sofre sozinho no peito ferido,
Espera um amor sem armadilhas,
Ansioso, amoroso exaurido.
Nos janelões as flores orvalham,
Insisto em esquecer todos os ascos,
Ventos fortes nas rochas entalham,
Saio sem destino, olho os penhascos.
De tanto ventar meu lenço esgarça,
Se solta e no redemoinho rodopia,
Enrosca no caminhante cruzada,
Que o toma e devolve a talagarça,
A emoção dissipa a nostalgia,
Solto o coração que voa n’alvorada.