LEMBRANÇAS
Eu não me faço vivo sem lembranças...
Saudades, suas cores desbotadas
tingindo rumos, minhas vãs estradas...
Meus tempos tão longínquos de esperanças...
Eu, cego das lembranças, rojo nadas,
deixando os sonhos órfãos, tão crianças,
perdidos nos vacilos das andanças
das ilusões, rameiras estupradas.
Porque a lembrança nina meus anseios
e ressuscita mortos devaneios...
Os baços laivos núveos deste céu...
Jorrando algum sentido no vazio...
Cobrindo meu calvário com seu rio...
E me escondendo às rendas de seu véu.