Diariamente
Abriram-se as portas: vi o Colosso,
E sentado em rubro trono, lá estava
Aquele que já não me atormentava,
Pois que o medo, agora, já me era insosso.
Ao chegar, porém, notei o alvoroço
A empurrar-me às chamas: eu estava
No limite de onde escorria a lava
Que revolvia aos pés daquele moço.
E, assim, possuiu-me a agonia...
Tateava à procura de mortais;
Quis morrer! Preferi ter sido aborto!
No Inferno, o fogo arde todo o dia...
O Diabo é o ser que mais tem paz:
Não há morte para quem já está morto.