Fugido

Ó cálido fulgor que desce de minh'alma,

Por que teima em nascer o sol em mim?

Se quando talho meu versejo em marfim

Me bate forte à face e me acalma!

Ó nascente de ouro que se esvai sem fim

Num mundo perdido em minha palma

Que me diz que rumo leva à calma

Onde o encontrarei, sóbrio, enfim...

Lá vai meu Eu, a verter sangue da dor,

Que deságua lá no fundo, lá no fundo...

E me fere no mais ínfimo, no profundo

Que é de onde se refulge todo o ardor

Do meu pobre coração - pobre! - no mundo

Aonde se vai, e nunca mais, o amor.

Hilton Luzz
Enviado por Hilton Luzz em 30/08/2011
Reeditado em 12/09/2011
Código do texto: T3190766
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