DESTERROS

As tristes flores roxas dos enganos

plantadas nos canteiros juvenis

cobriram-me os anseios e os hostis

delírios desses medos tão insanos...

Prendi os desesperos cotidianos

nos sujos, nos escuros dos covis

de bêbados sentidos e perfis

cuspindo seus instintos mais profanos...

Da vida em fel e mel arranco espinhos

que crescem cravejantes e sozinhos

nos caules venenosos de meus erros...

E em solitárias noites estreladas,

eu vago amanhecendo em madrugadas,

morando nos meus versos, meus desterros.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 30/08/2011
Reeditado em 06/01/2015
Código do texto: T3190237
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