DESTERROS
As tristes flores roxas dos enganos
plantadas nos canteiros juvenis
cobriram-me os anseios e os hostis
delírios desses medos tão insanos...
Prendi os desesperos cotidianos
nos sujos, nos escuros dos covis
de bêbados sentidos e perfis
cuspindo seus instintos mais profanos...
Da vida em fel e mel arranco espinhos
que crescem cravejantes e sozinhos
nos caules venenosos de meus erros...
E em solitárias noites estreladas,
eu vago amanhecendo em madrugadas,
morando nos meus versos, meus desterros.