INTRANSPONÍVEL
Ah como eu cada dia vejo a solidão
Mais parecer comigo, mais ter meu semblante!
Olho ao lado e vejo-me tenso, suplicante,
Olho para dentro e vejo um espaço vão.
E o vazio que me envasa o tormento
Como na noite o céu e a escuridão
Só me rutilam estrelas n´amplidão
E na mente erma dum pensamento.
Não ves que tudo tem teu nome escrito,
Não percebes o choro vertendo e maldito
Nos olhos de quem só te tem amor?
Parece que clamo para o vento mudo
E que muitas vezes sopra sobre o escudo
Que te envolve sem poder transpor.
(YEHORAM)