Espírito Ferido
Meu riso ri o sabor de um amor perdido
Como uma culpada alma sem Deus, vazia!
Se esconde no inferno interior de que um dia
Pôde ter, pelos pecados apalpados, já morrido.
E me bate à face em meu rumor ferido
Pelas lágrimas de sangue que de mim caía
A desfiar meu corpo que morreu em sabedoria
De amar o amor que me matou enternecido!
Morri... de fato! Mesmo ao sol, refém, sedado
E me vi passar, pesado, pelo triste infinito...
O de amar, amar, amar e de coração contrito
Acalentar o vento, mesmo são, apaixonado,
E sofrer minha tênue alma como vil bendito
Que consome até o ínfimo de mim embrigado!