A PAIXÃO DESREGRADA
De que vale a paixão comedida se sob medida ela é razão,
Não desfaço dos meus desenganos, não querendo ser santo,
Em que pese e pesa a luta insana, da mente sobre o coração,
Aceito a segunda opinião, sofro, não nego, mas me lanço.
Quem procura da alma a cura pensando exigir garantia,
Não se aventura, apenas fica no imaginar de tal situação,
É a razão que te fala de forma falha com sua vã filosofia,
Dos tolos que do amor têm medo, tenho deles comiseração.
São aqueles que querem a fruta e não desfrutam então,
Observam, desejam, desistem por medo em função pesar,
Receiam a altura, deixam as maduras pelas podres do chão.
Quero a paixão desregrada sem que me imponha prisão,
Que se viva, morra e renasça em tanto desejo transformar,
A mente escrava do peito, desejos sem medo da solidão.