Paz aos poucos
No pressionar célere de um botão escarlate
Zarpam os ovos da cruel águia de prata
Em sua dimensão infernal que corta e mata
No poderio cruel que a Ciência garante.
Sedenta ave de rapina, em voo rasante
Cortando o ar ressequido, garra em riste
Põe termo à luzidia feita, embora triste
Que buscou tornar a Paz o rei reinante.
Imagina tu, a ouvir o mortal assobio
E presenciar, contrito, o fulgor chamejante
De tempestade de destroços fulminante
A executar vítimas em doloroso expio??
E ao reler tal notícia no papel barato
Me pergunto quanto tempo ainda há, de fato
Para ver reinar a paz entre os Homens de Bem.
Mas responde, então, a consciência, no ato
"Se queres ver a guerra deixar teu mundo intato
Segue tu adiante e pratica a paz também."