Desesperado Enredo
O Céu chora... Chora um amor perdido
Cada afável lágrima se assemelha à minha dor
Que nos braços de outro se fez amor
E dos meus braços arrancou o amor ferido!
Amor ferido? Por ventura acaso ouço um gemido
E descubro que no fundo da alma há um temor
De não ser amado, como se deve, com ardor
E se deixar desfalecer num mar temido...
Como dói, Jesus, olhar a minha cruz examinada
Pelas mãos de quem, de mim, se aproveitou...
De certo modo aproveitou... Não tirou nada!
E, mesmo à insana desventura, me beijou
O Cristo, que de cada prego me limpou
E afagou minha alma, um dia, abandonada.