RENASCIMENTO
A manhã põe a cara na janela
a preguiça matinal, candidamente,
encontra um sol esguio, incongruente;
o dia deslumbrante se revela.
A rua está deserta, ainda é cedo,
brinca de correr a luz-menina;
um anjo azul apaga a lamparina
que à noite, sem querer, queimou-lhe o dedo.
As coisas se preparam para o dia,
mãos que se ajustam, mãos marcadas;
consome a alma (cabe nestes versos?)
olhar o mesmo céu o tempo inteiro.
No entanto que prazer sentir de novo
no ar deste manhã o mesmo cheiro.