ESCULTURA
Acordo a noite.
Calo um grilo.
Pela força em que burilo,
cada verso com açoite.
Abro sulcos, entalhando
o nascer de cada palavra.
Outras tantas vão se espalhando.
Sucumbindo ante a lavra.
O último verso se revela.
Pelas luzes de uma vela,
e da manhã que se aproxima.
Surge um lirismo concreto.
Como escritor assim decreto:
Oh! Soneto. Levanta e rima!