MINHA CASA
MINHA CASA
Por longo tempo seguro, longe da coisas do mundo.
Sorria morno e contente, longe da chuva e do sol.
Alegrava-me do deleite de um sossego profundo.
Fechado a sete chaves na concha de um caracol
Deitava, você ao meu lado, te amava e dormia.
Tristeza morava longe, a solidão mais além
Na tepidez meu ninho, eu passarinho sorria
Tinha você, minha casa, que mais quereria alguém?
E assim, por mil anos, vivi numa fortaleza
Nada passando o muro das bordas do meu lençol.
Naqueles dias, felizes ,em nossa casa, querida.
Um dia levou-lhe a vida, minha casa a correnteza;
Triste porque foi embora chutando meu caracol,
Hoje sou um cão vadio lambendo a própria ferida.