PAI DE AUGUSTO DOS ANJOS

Perversas são palavras espinhosas,

As cuspia como um dragão infernal,

E vestia-se com colar de alvas rosas,

Numa terna e festiva noite invernal,

E como um louco dizia-se paternal,

Pouco rico em palavras carinhosas,

Achava-se um ser especial, eternal,

E todas suas atitudes maravilhosas.

Mas...ao fim desta conturbada vida,

Aguardava entrar no mesmo paraíso,

Que o pobre filho iria, após fatal juízo.

Um jovem que morreu com bolso liso,

Para sua obra foi tétrica despedida,

Poeta esse que viveu com alma ferida.

AUTOR:(VictorAMPinheiro)

Embora não comprovada esta história em torno do soneto "A Árvore da Serra". Conta-se que Augusto dos Anjos teria se apaixonado por uma jovem muito pobre, filha de um peão. Isso era, na época, imperdoável para a família de Augusto, dona de engenho de açúcar. O pai (ou a mãe) dele teria mandado dar uma grande surra na jovem, que estava grávida (de Augusto ou do pai de Augusto), e então abortou e morreu.

Outros dizem que o pai de Augusto teria, com as próprias mãos,matado a pobre jovem.

Victor A M Pinheiro
Enviado por Victor A M Pinheiro em 27/08/2011
Reeditado em 28/08/2011
Código do texto: T3185467
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