PAI DE AUGUSTO DOS ANJOS
Perversas são palavras espinhosas,
As cuspia como um dragão infernal,
E vestia-se com colar de alvas rosas,
Numa terna e festiva noite invernal,
E como um louco dizia-se paternal,
Pouco rico em palavras carinhosas,
Achava-se um ser especial, eternal,
E todas suas atitudes maravilhosas.
Mas...ao fim desta conturbada vida,
Aguardava entrar no mesmo paraíso,
Que o pobre filho iria, após fatal juízo.
Um jovem que morreu com bolso liso,
Para sua obra foi tétrica despedida,
Poeta esse que viveu com alma ferida.
AUTOR:(VictorAMPinheiro)
Embora não comprovada esta história em torno do soneto "A Árvore da Serra". Conta-se que Augusto dos Anjos teria se apaixonado por uma jovem muito pobre, filha de um peão. Isso era, na época, imperdoável para a família de Augusto, dona de engenho de açúcar. O pai (ou a mãe) dele teria mandado dar uma grande surra na jovem, que estava grávida (de Augusto ou do pai de Augusto), e então abortou e morreu.
Outros dizem que o pai de Augusto teria, com as próprias mãos,matado a pobre jovem.