SEM (EN)CANTO
SEM (EN)CANTO
Vezes há que o lírico canto às musas se cala;
macambúzio, o alto astral se perde no nada.
Perde forças; faz-se da vida lisa escada,
porque há vezes que o lírico canto não fala.
Perdoa, ó musa, não é o silêncio calado,
é a dor no peito febril do vate que abala.
É escuso o tempo. lúgubre a verve resvala,
como derradeiro fora o hausto inalado.
Se a vida acontece e o estímulo não vinga;
se o amor que ferve na alma vê preste a derrota,
pingos de morte há no corpo e mágoas respinga.
A dorida vivência se arrasta na rota;
o coração sangra, mas a boca que xinga.
Se há dor que sobre, a felicidade desbota.
270811 – Afonso Martini
Obrigado. Achei tão meigo, doce e sorridente o conselho, que não resisti de colocá-lo junto ao soneto que originou o comentário.
E já que foi a Esperança que depositou em minha página este ósculo,
deixo-o bem à vista para lembrar-me de cumprí-lo.
Meus melhores agradecimentos, poetisa Esperança Vaz
270811 Afonso Martini.
27/08/2011 11:55 - Esperança Vaz
Mesmo sem encanto, na dor, a poesia vira um canto lírico e lindo. Belíssimo soneto.
Se a felicidade desbotar
E a dor assim, fizer sangrar
Acalme a dor, jogue a mágoa pra lá
Perdoe a si um coração que só quer AMAR!
Para o texto: SEM (EN)CANTO (T3185135)
E, eu, emocionado com tão bela e carinhosa trova, posto-a aqui, bem junto à criação que minhalma concebeu e a verve materializou, para
ambos se ampararem e ouvires o real tic-tac. Muito obrigado, doce Poetisa Ellinn.
15/09/2011 13:24 - Ellinn
Perdoa poeta mas é na emoção que escrvo:
A dor febril que o Vate fala
É a dor que grita no peito meu
chorosa em tí, minha boca se cala
Ao ouvir o tic-tac do peito teu.
Bjo fraterno.
Para o texto: SEM (EN)CANTO (T3185135)
Afonso Martini