Soneto da saudade
Lá, bem dentro dos meus olhos
De onde minha alma tudo vê
Tem uma fábrica de sonhos mortos
E de poesias que ninguém quer ler
Há também um depósito de lágrimas
Armazenadas com tristezas e saudades,
Saudades antigas, saudades de agora,
De lágrimas velhas e de tenra idade
Lá, bem no fundo dos meus olhos
Onde só minha alma pode chegar
Tem um verso ainda para acabar...
Um verso louco de rimas soltas
Um verso triste de prantos frios
Um verso amargo de palavras rôtas.
José João