PRECIOSO FAROL

Percorro as águas nunca dantes exploradas
Da solidão o frio intenso me tortura
A névoa é densa em minha infausta singradura
Dorido, sorvo a gelidez destas jornadas

Aflito, sinto que a esperança em mim perdura
Não sei, porém, quais as surpresas preparadas
Meu horizonte não tem cores aclaradas
Anelo tanto ver est'alma, enfim, segura

Noite assombrosa não se vai, é persistente
Queria apenas vislumbrar vivo, fulgente
Um novo dia emoldurado pelo sol

Venhas pôr fim, divina flor, a tal castigo
Da claridade incomparável que persigo
És possuinte, meu mirífico farol