A OBRA AO LADO

Ao despertar a alva com murmurejos oblatados

Dos operários açodados e madrugadores,

Ao lado a construção grita assanhada horrores,

Enxadas, pás e concretos chocalham nos eirados.

O sono inda nas pálpebras pesando encalecido

A luz da aurora fulgidia e o calor solar aquece

Pujante nos poros azucrina a letargia que fenece,

O romper do dia espanta o suspiro falecido.

A voz dos pedreiros que simplórios conversavam,

Pouco alta, muito inocente, pouco se calavam,

Eram tão puros eles quanto o nascer d´aurora.

Não foi mais o canto do bem-te-vi ouvido,

No seu lugar o barulho ruinoso do martelo batido

Na obra ao lado que me acordou canora.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 26/08/2011
Reeditado em 11/06/2014
Código do texto: T3183337
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