CORRENTEZAS
Mergulho nos cálidos rios da vida...
E as águas que bailam diante dos olhos
me embaçam na ausência de afagos eólios,
pulmões e emoções em angústia incontida...
E os rios se embalam em doida partida,
ferindo meus feros perfis nos escolhos...
Comendo o vazio dos meus monopólios
nas brutas cascatas da edaz despedida...
Em tais correntezas, os sonhos me somem...
Aos golpes dos conhos, as dores os comem...
Entregues a incertos desvios, destino...
E nas corredeiras velozes, em sanhas,
perdi as orquídeas das minhas entranhas
floridas nas margens de um rio menino...