FALENAS / CICLOS (VII) - Aarão Filho e Edir Pina de Barros

Recebi este soneto (pérola!) da maravilhosa poetisa Edir Pina de Barros, em diálogo ao meu soneto "Falenas"... Seguem os dois sonetos... Obrigado, Edir, por este carinhoso presente! Voce sabe pegar nas mãos das palavras... Suas cirandas de poesias encantam!!! Beijos.

FALENAS

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Passa doce, o vento, entre as flores;

Debulha suas pétalas, serenas,

Pelo chão, ao relento, suas cores...

Ai! Parece um bando de falenas!...

As folhas, amarelas, ressecadas,

Levam-se pelo vento, distraídas,

E, vão-se, sem quaisquer rotas traçadas,

Suspensas, pelas brisas, despendidas...

Eis a valsa do vento e das flores;

Ele vai sussurrando... Ela dança!

Envoltos, no jardim, é tudo esplendor!...

Ai, e eu que só ouço minhas dores,

Que, nas águas do pranto, em mim, avança,

Qual imensa saudade do meu amor!......

Aarão Filho

São Luís-Ma, 12 de Agosto de 2011.

CICLOS (VII) – Dialogando com Aarão Filho

O vento, que balança as belas flores,

Derruba as suas pétalas pequenas,

Beija também teus lábios e melenas,

Roubando teus perfumes, teus olores.

E a flutuar nos ares, quais falenas,

As pétalas se vão, feito os amores,

Perdendo, pouco a pouco, as suas cores,

Nas tardes langorosas, mui serenas.

Valsando vão-se as pétalas da vida

Que o tempo aos poucos tira, feito o vento,

Que arranca as folhas mortas, outonais.

Falenas! Flores! Vento! Despedida!

Ciclos vitais! Mudá-los eu nem tento!

Pois nada sou! Sou uma folha a mais.

Edir Pina de barros – Flor do Cerrado

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 25/08/2011
Reeditado em 25/08/2011
Código do texto: T3181439
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