CARÊNCIAS

Eu, exilado em tantas discrepâncias

da doida lida, meus confins, degredos...

Achincalhado em brutas arrogâncias

dos opressores dos meus desenredos...

Vou me atirar do topo dos fraguedos

das falsas glórias, penhas de ignorâncias

e alçar-me ao voo etéreo dos meus medos

para guardar, eterno, as minhas ânsias...

Quero instilar os bálsamos das pazes

para extirpar, dos brios, seus gilvazes,

ressuscitando os brilhos das decências...

Mas que fazer, se tudo em mim se mingua,

se não consigo achar-me a pátria, a língua

nestas trincheiras tristes das carências?

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 25/08/2011
Código do texto: T3180924
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