CARÊNCIAS
Eu, exilado em tantas discrepâncias
da doida lida, meus confins, degredos...
Achincalhado em brutas arrogâncias
dos opressores dos meus desenredos...
Vou me atirar do topo dos fraguedos
das falsas glórias, penhas de ignorâncias
e alçar-me ao voo etéreo dos meus medos
para guardar, eterno, as minhas ânsias...
Quero instilar os bálsamos das pazes
para extirpar, dos brios, seus gilvazes,
ressuscitando os brilhos das decências...
Mas que fazer, se tudo em mim se mingua,
se não consigo achar-me a pátria, a língua
nestas trincheiras tristes das carências?