REFÉM DO TEU CORPO, SENHOR DA TUA CANÇÃO

Se o teu olhar dita o tom do meu dia

À noite, propositalmente vario vigorosamente o meu compasso

Pra fazer da minha inesgotável caçadora

A desconcertada e devassável camaleoa.

Experimentalismo revelador de uma realeza incomparável

Que desafia qualquer convenção pragmática;

Intensidade materializada em desejo

A cada nova e vigorosa cruzada.

Na profundidade que minha boca explora

Augúrios que mais e mais me estimulam

Fogo que não cessa, só efervesce.

Desavergonhada intuição que me transborda

À face, um misto de desafio e lucidez

Refém do teu corpo, senhor da tua canção.

Marcelo Nazário
Enviado por Marcelo Nazário em 25/08/2011
Reeditado em 09/03/2018
Código do texto: T3180777
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