O chorão (também salgueiro-chorão) é uma árvore de cultivo milenar. Seus longos ramos, pendentes, balançam suavemente, ao sabor do vento e parecem conotar tristeza e melancolia. É procurada para plantio junto de lagos e rios, onde suas folhas podem tocar suavemente a superfície da água e até seu reflexo é ornamental.
BUCÓLICAS NOITES
Às vezes, já a majestosa lua alta vai
E o fresco orvalho cai sobre os secos campos,
Faço um desejo ao ver uma estrela que cai (1),
Deleito-me ouvindo o som dos pirilampos!
Observo os enormes salgueiros (2) sobre o rio...
Parecem fantasmas abraçando a noite.
Já lá vai o calor, está findando o estio (3),
O vento no meu rosto é como um açoite!
No velhinho chorão (4) inda canta o rouxinol,
Vinde a mim, estrelas cintilantes, belas!
Que refrigério a relva (5) sob os pés sentir!
Ah, quem me dera que não viesse mais o sol
E que o brilho refulgente das estrelas
M'embalasse os sonhos, sempre que vou dormir!
Glossário:
1 - estrela que cai = estrela cadente;
2 - salgueiros = árvores que crescem nas margens dos rios, em Portugal;
3 - estio = verão;
4 - chorão = árvore cujos ramos descem até ao chão, dando a impressão de que estão a chorar;
5 - relva = grama.
Ana Flor do Lácio (25/09/2007)