DONATÁRIO DA ESPERANÇA.

Olho o passado e vejo a minha imagem

De moço que sorri, canta e sossega.

Parceiro da esperança, anda, navega

Rios buscando o mar. Vive a paisagem.

No simples navegar, tem de estalagem,

O próprio barco. De armazém e adega

Um naco de jabá, farinha, a brega

E amiga cachacinha. Sem bagagem!

Dor? Solidão? Nem sabe se isso existe.

Sabe que o tempo é curto, e não desiste

De navegar o sonho. A vida é a andança.

Aprendeu a esquivar-se desse ente

Que dizem solidão. Mais simplesmente:

- Aprendeu a ser dono da esperança.

20-05-2011.