GÔNDOLA DO AMOR
GÔNDOLA DO AMOR
Na gôndola que brinca de amor em meus mares,
remos de ouro hão de dar impulsos ao carinho;
braços como os meus remarão em teu caminho
quando singra leve a nau sob ternos luares.
Ao lusco-fusco; ao sabor do doce ar marinho,
meigas serão queixas de amor quando falares.
Eu me calarei quando, aos murmúrios, me amares
no leito, ao fundo da gôndola, no escaninho.
Te acaricio os lábios com meus doces beijos,
à meia luz de estrelas, numa aura tão pura,
e haverá aleluias aos meus e teus desejos.
Lar, doce lar de água e a lua por cobertura,
com essa luz fosca, o luar é caro ensejo,
enquanto erguemos brindes de amor à ternura
230811 – Afonso Martini