SÓ MAIS UM DIA
Ah como aspiro sentir a avidez da manhã!
Como eu queria alçar a minha voz no vento
Onde adeja a intenção dum pensamento,
Por eu tanto querer revelar a sua luz irmã!
E nesta luz, a claridade que me fala: vivo!
Dela me privo, ou me julgo indouto deste momento,
Que apesar de toda voz que alcei no vento
Para que ouçam os céus o porquê que me esquivo.
A brisa fria, que em desafio, me estapeia o rosto,
Sem compadecer da minha pele, sem me achar disposto,
Sem considerar que há em mim fraqueza humana.
E ao mesmo tempo o sol fulgente me dardeja,
Com seus raios a minha rústica face beija,
E assim continua mais um dia, mais uma semana.
(YEHORAM)