REFÚGIO

Guerrilhas e motins, letais violências;

o tráfego no tráfico das ruas;

enlouquecidos carros-gente-urgências;

cintilações urbanas vendam luas.

E sob céus-infernos de incoerências,

os anjos fumam pedras em cafuas

e os demos cheiram alvas opulências,

enquanto tramam santas falcatruas.

E a vida de conflitos e delitos,

tentáculos, peçonhas e detritos,

apaga a luz de afáveis atos sábios.

Por isso, meu amor, é que eu me inundo

do encanto aconchegante deste mundo,

o lúbrico refúgio de teus lábios.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 22/08/2011
Reeditado em 01/06/2015
Código do texto: T3174992
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