Soneto do tudo e do nada
Quem és tu? Menino mal amado
Que carrega corações sem ter cuidado
e quer que com amor cuidemos do teu
que está seco e podre como o meu
Um anjo que caiu pelo horizonte
E busca no deserto sua fonte
De alegria, amor e paz imensa
Um santo que perdeu a sua crença
A escuridão que toma conta de um astro
Uma bandeira desprezada por seu mastro
O retrato mais sincero da inquietação
Um tolo que se entrega debilmente
De forma estupida, se doa novamente
Um cego guiado pelo coração