Tela Vazia
Ao formar das paralelas deste porto com o barco,
O Rosto dela fugindo e eu fingindo, sou eu que parto,
Na esperança, em leve ilusão, mentindo, ficando,
Para continuar a alma, em máscara, a ri sonhando.
Vendo-a no horizonte alinhar-se ao mar e sumir,
Eu continuava preso em ato de absurda vã idolatria,
Com olhar perdido, imensidão, mar a me consumir,
Dominado, mentia, sonhando a chegada, ela partia.
Quanto tempo? Não sei. O tempo já não corria,
Fiquei a contar as lágrimas, consciência me vinha,
A razão venceu, minha a alma aos poucos morria.
Não fico mais ao mar olhar como antes me aprazia,
Pois a beleza da paisagem do mar nela estava contida,
Sem poder contemplar, agora, dela simples tela vazia.