Tela Vazia

Ao formar das paralelas deste porto com o barco,

O Rosto dela fugindo e eu fingindo, sou eu que parto,

Na esperança, em leve ilusão, mentindo, ficando,

Para continuar a alma, em máscara, a ri sonhando.

Vendo-a no horizonte alinhar-se ao mar e sumir,

Eu continuava preso em ato de absurda vã idolatria,

Com olhar perdido, imensidão, mar a me consumir,

Dominado, mentia, sonhando a chegada, ela partia.

Quanto tempo? Não sei. O tempo já não corria,

Fiquei a contar as lágrimas, consciência me vinha,

A razão venceu, minha a alma aos poucos morria.

Não fico mais ao mar olhar como antes me aprazia,

Pois a beleza da paisagem do mar nela estava contida,

Sem poder contemplar, agora, dela simples tela vazia.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 20/08/2011
Reeditado em 20/08/2011
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