MIRAGEM DA VIDA
Ah Eu quero inda descansar minh´alma
Dos fardos acerbos d´alguma vida futura!
Quero sentir sereno o desabar da calma,
Mesmo que seja numa fria sepultura...
O gorgear dos pássaros ao sol da manhã
Sem que eu ouça o rugir dos carros funéreos
Que cedo esbravejam lá nas nuvens a lã
Duma ovelha que mirei no céu mistérios.
Em vez dos carros ouvir o rugir das águas
E me ocultar daquelas caudalosas mágoas
Que o mundo me imputou sem permissão.
Quero da vida o bem maior, o gozo,
Morrer a vida, usufruir dela ditoso,
Lavar minh´alma nas lágrimas deste chão.
(YEHORAM)