I Soneto a Orfeu (Rainer Maria Rilke)

Lá cresceu’uma’árvore: ó, ascensão pura!

Eis: Orfeu canta! A’árvore’alta no ouvido!

Tudo calou; no’entanto, já na quietura,

começou’um começo, chispa, redivivo.

Seres de tranquilidád’ na mata’escura

clara’ociosa’afora’a circular em ninhos;

dava se’ali que’eles, nem por agressivos,

nem por medo, se moviam sem barulho.

Por que'então? Porque’ouviam! o rugir, gritar,

lhes saía leve do peito. Mas então,

lá'onde havia'alguma caverna de guarí-los

- uma gruta feita de’anseio afligido,

com uma entrada, cuja cerca’inda vibrava -

ali fizeste-lhes um Templo de audição.

Danilo da Costa Leite
Enviado por Danilo da Costa Leite em 18/08/2011
Reeditado em 19/08/2011
Código do texto: T3167542
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.