PÁSSARO VOLÚVEL

Sou volúvel! Permita-me que eu seja!

Pássaro branco sem o pouso certo,

pois teu corpo assim, assim tão perto

dá-me a concessão para que eu seja

inconstante, leviano, infido.

Neste momento, nesta exata hora,

meus olhos lúbricos caem dentro, agora,

de outros olhos que percebo vindo

e como uma bela tentação me segue.

A cada tempo um novo par de seios,

um novo par de coxas a cada instante.

E desse feixe de papoulas pardas

vou guardando a luz inebriante

com a qual me acendo às madrugadas.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 06/07/2005
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