Tudo evaporei sem pena e proveito

Tudo evaporei sem pena e proveito...

Minh`alma? Puras visões cujo amei.

Foi tão cedo que jovem me entreguei

às sombras tuas, sagradas! Rendi o preito...

E hoje todas já sem valor! Se espreito

vagam por mim no espírito sem lei:

esse meu atormentado!... Ah! eu bem sei,

pelo amor de Deus jamais um defeito!...

Bocage*? Perto de mim inocência,

beleza, maestro dos varões gigante,

bonanza do infeliz que lê sua essência.

Oh! Meu Deus pagão eu fui!... E nunca vos cante

princesa, a razão de minha existência:

são dores fortes viu! Jamais te encante!

claudio maia

claudio maia
Enviado por claudio maia em 15/08/2011
Reeditado em 03/04/2023
Código do texto: T3162154
Classificação de conteúdo: seguro