Arcaboiço

Oco, contrito, frio, sombrio.

Disformidade paira no nume

No centro da noite o negrume

Olhos profundos, fitam vazio

Duro, simples, desmembrado.

Um perfil mal formado talha,

Equilibra-se no fio da navalha.

O distúrbio coabita lado a lado

De novo é a vida que se esgota

O anseio de não seguir adiante

Parar sentindo o aço que corta

Volitar deixando o escuro fosso

Vendo a divina luz mais radiante

Deixar eternamente o arcabouço.

Brasília, DF, 13 de agosto de 2011.