Mitologia.

O rumo se desfez em olhos de abandono

A face turva trai na servidão do gesto

A falsa sensatez não cobrará protesto

Enquanto o fusco cai na tensa paz do sono.

Na conta que se faz quem cotará os danos?

E junto à nova lei virá um manifesto

Ardente, tanto ou mais que a sedução do incesto

Na culpa quando um rei coroa seus enganos.

Os deuses vão dizer do filho sempre impuro

A condição moral renovará no mito,

Por fim irão seguir seus pés rumando a esmo.

De um novo renascer virá outro futuro

E o tempo ancestral se extinguirá num grito;

Que os deuses do devir são filhos deles mesmos.