Como nascem as lendas

O burro sem empurro ele empaca

tanto querer que nele se acumula

no pasto olhava tanto para a vaca

e nunca mais quis pensar na mula

Sabia o risco que corria seu couro

Deslumbrado com a musa do leite

Esquecido do afiado chifre do touro

Perdia-se a divagar em seu deleite

A mula assistia seu sonho em ruína

Perdeu grama para ela que rumina

Arrastava este peso além da carroça

Díspares romances brotaram na roça

Nasceu lenda com a paixão às avessas

Lá se diz que a mula perdeu a cabeça

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 12/08/2011
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