Tirania da morte
A morte, hoje, é minha flâmula empunhada,
Na bandeira de bravura cor de bronze,
Nas imagens da pedra, da minha amada
Terra, Ilha do Mel, meu Penedo, minha fonte!
Expressão há de ser talhada na lápide,
Deste poeta que se imortaliza pelo dito:
Amar e sobreviver à indiferença são atitudes
De quem na formosura resgatou-se do maldito!
Que sejam as flores a coroar meu leito,
Eterno assédio do esquecimento,
Abraço que para meu peito!
O Céu me arrebatará nestes dias,
Nos quais me restam o aroma da chuva,
Pois nada pode vencer do tempo a tirania.