Entendendo...
Recostado à cruz duma sepultura,
À penumbra gelada dum cipreste;
Rememoro dum beijo que tu deste
No semblante feral dessa escultura;
E também me recordo da negrura
Dos cabelos teus, — tua negra veste;
— Já me não há mais nada que me reste,
Senão todo o agro fel dessa amargura!
Ouço ainda por esses corredores,
Teus coturnos em passos sofredores,
Lentamente passando, se arrastando...
Junto desses coturnos e esculturas,
Fico olhando por entre as sepulturas,
A lembrança de nós dois, passeando...
*Versos decassílabos no ritmo Martelo Agalopado (3ª, 6ª e 10ª).