Entendendo...

Recostado à cruz duma sepultura,

À penumbra gelada dum cipreste;

Rememoro dum beijo que tu deste

No semblante feral dessa escultura;

E também me recordo da negrura

Dos cabelos teus, — tua negra veste;

— Já me não há mais nada que me reste,

Senão todo o agro fel dessa amargura!

Ouço ainda por esses corredores,

Teus coturnos em passos sofredores,

Lentamente passando, se arrastando...

Junto desses coturnos e esculturas,

Fico olhando por entre as sepulturas,

A lembrança de nós dois, passeando...

*Versos decassílabos no ritmo Martelo Agalopado (3ª, 6ª e 10ª).

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 12/08/2011
Reeditado em 26/11/2011
Código do texto: T3155461
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