CORAÇÃO SOLITÁRIO
CORAÇÃO SOLITÁRIO
Solitário, ele mora comigo – no peito,
reparte o quarto com minh’alma entristecida.
Ela ouve que ainda bate; que ele ainda tem vida;
... é triste assistir o amigo à morte em seu leito.
Mas eis que aparece a verdade, antes não lida
o desdém tomou forma nos olhos da eleita
e o ódio incolor dessa dama que o olhar enfeita
no coração fez-se luz, de fel revestida.
No espinho do ofício o coração se ressente,
na honra de abre alas do amor soando bem forte
em seus versos cantava esse amor florescente.
Pois afloram meiguras que foram suporte;
lembranças do ilusório idílio carente...
e o coração se encharca da ideia da morte.
120811 – Afonso Martini