O Defecar Noturno
Valete dos Anjos
És uma bela noite, o frio cortante,
Cólicas ritmadas, dores, gazes retraídas;
Em meu ventre, o Delgado, o suor e arrepio a pino...
Horas de tormento... Alivia o sofrimento.
Correndo ao tempo com o candeeiro na mão,
Enegrecido na noite, somente o feixe e a fumaça.
Agacho entre bananeiras... E começo a compor:
Soltando alguns ruídos na escuridão, sinto a podridão.
Aliviado por algum momento o sofrimento,
Um vento tenebroso apaga o feixe... Só escuridão!
Sujo neste momento escuta diálogos sombrios...
Tenso na noite escuta os decrépitos penados,
Não consigo limpar, muito menos andar, estático está.
Correndo... Vou logo me deitar, amanha limpo.