O Defecar Noturno

Valete dos Anjos

És uma bela noite, o frio cortante,

Cólicas ritmadas, dores, gazes retraídas;

Em meu ventre, o Delgado, o suor e arrepio a pino...

Horas de tormento... Alivia o sofrimento.

Correndo ao tempo com o candeeiro na mão,

Enegrecido na noite, somente o feixe e a fumaça.

Agacho entre bananeiras... E começo a compor:

Soltando alguns ruídos na escuridão, sinto a podridão.

Aliviado por algum momento o sofrimento,

Um vento tenebroso apaga o feixe... Só escuridão!

Sujo neste momento escuta diálogos sombrios...

Tenso na noite escuta os decrépitos penados,

Não consigo limpar, muito menos andar, estático está.

Correndo... Vou logo me deitar, amanha limpo.

Italo Gouveia
Enviado por Italo Gouveia em 10/08/2011
Código do texto: T3151843
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