AMOR TEMPORÃO
AMOR TEMPORÃO
Enquanto lia em teus olhos amor tamanho,
teus lábios rosas balbuciavam o meu nome.
Meu coração quase em êxtase se consome;
senti n’alma reais tremores – algo estranho.
Eu devorei quantidades, mesmo sem fome;
Meu discurso decorado tonou-se fanho;
o meu perfil de tanto garbo, perdeu o amanho
... eu que quisera em mim visses um super homem.
E aquilo é amor, plangente amor, que há tanto espero;
que as carpideiras prantearam em meu ninho
e hei sepultado no peito meu, eu te assevero.
Mas se o fado, meu doce fado, em descaminho,
por temporão, me fez feliz, digo que quero
jurar-te amor, um doce amor, meigo carinho.
050811 – Afonso Martini