SONETO PLATÔNICO
Eu fico sempre a flutuar assim,
Imaginando teu beijo sabor de mel,
Mas ao cair da noite escura em mim,
Sou envolvido em seu frio véu.
Platônica loucura ainda cultivo,
Insistindo em sentir tua presença,
Mesmo que em meus escritos,
Não a matéria, mas a essência.
Dividido se paro, mesmo que sofra,
Ou continuo sofrendo, lágrimas, poça,
Guerra de mim contra eu mesmo.
Vencedor? Eu vencido pela moça,
Trincado, partido qual frágil louça,
Jogado em tantos cacos a esmo.