ESCUTA
Foi a longa madrugada que durou dolente,
O peito ardera, como arde a rubra brasa,
Pois no sonho leve, o despertar com asa
Flagra o ligeiro alvor no seio dormente.
A lembrança, a dor de ver-te tristonha,
Vejo ao longe o pássaro voando noturnal
Levando as mágoas que te causaram mal,
Some n´amplidão a ânsia bisonha.
O som da manhã é a tua voz, amor,
O desabrochar, és tu, minha flor,
A pureza etérea é o teu semblante!
Não escutes a voz da insensatez,
Nem palavras torpes, nem minha rudez,
Escuta apenas o meu coração amante!
(YEHORAM)