DESVENTURA
Quem me vê hoje cantar essa amargura
Não imagina o tanto que já fui feliz
Se no meu peito não há mais ternura
Foi a desventura que assim o quis
Já houve tempo que em minha vida
Havia flores, fragrâncias, jardins
Mil harpas doces, ode colorida
Tudo eram cantos, amores sem fins
Hoje a tristeza assolou-me intensa
O desencanto embalou-me as lidas
Pôs em meu coração essa dor imensa
E das lembranças das noites vividas
De sua imagem bela, da cama extensa
Ficaram só saudades e amargas partidas
Publicado no Recanto em 30/01/11.