Planeta Terra
Filho de rudes deuses deformados,
nascido enfim o cogumelo atômico,
crer ou não crer é só acaso randômico,
perene voltar de efeitos viciados.
Da totalização de nossas somas
rogo tuas praias todas e teus montes,
e o murmúrio de regato em tuas fontes,
e andar trilhas viscerais em teus biomas.
Pede calor ao sol e, ao vento, a brisa;
quero íntegro teu ser e sem divisa
que se possa transformar em ameaça.
Quero no céu o livre vôo da gaivota
e teu corpo, escultura em terracota,
telúrico lar da humana raça.