AO PÉ DO FOGO
AO PÉ DO FOGO
quando a chuva miúda chuvisca silente
o frio inverno devassa o sul brasileiro.
a brasa escaldante aquece a mão do pampeiro;
da cuia sorve o peão seu mate bem quente.
na sua lida de campo ele é boiadeiro;
encilha o pingo, veloz, vistoso, valente,
monta e encosta a roseta da ilharga bem rente.
protege-o do ácido vento um pala maneiro.
quando, cansado, o peão faz pouso na estrada,
aquece a água do mate no fogo de chão
e o cusco, amigo fiel, ajunta a boiada.
nutre-se e dorme. sonha e dá voz à ilusão
de estar chegando no rancho da prenda amada,
... foi sonho, doce almejo do seu coração.
020811 – Afonso Martini