MARCAS DO PASSADO

Olho o Jequitinhonha com nostalgia

E sinto o tempo voltar dentro de mim.

Antigas lembranças, imagens sem fim,

Me envolvem fazendo a noite virar dia.

Sento no cais, absorto, sem companhia,

Remoendo o passado tintim por tintim.

Todos dormem na paz de um querubim

Somente a luz do velho farol me vigia.

Pequenas canoas bailam na correnteza

Indiferentes à minha alegria e tristeza,

Indiferentes ao silêncio da cidade.

Cabisbaixo, ouço o ruído dos antepassados

Contando histórias de tempos mudados,

Deixando marcas na minha saudade.