DESENGANOS
Em meio aos desenganos que nos afligem,
qual gotas de absinto no coração
que a vida com o destino nos impingem,
de alucinados corremos à ilusão
Então, tristes, nos vemos encurralados
ante os abismos que se nos deparam,
ansiosos, tartamudos, tresloucados,
e vai assim, os pesadelos nos amarram
Quase nunca percebendo, despencamos
rochedo abaixo em nossas amarguras,
ao pé da melancolia desaguamos
São tantos nesse viver cotidiano
que os prazeres nos parecem torturas
e o existir não passa de grande engano